26/04/2024 - Comunicação NCD
Tudo ao nosso redor tem a presença da construção civil.
Você deve estar dentro de um prédio enquanto está lendo esse conteúdo e isso
transforma o setor em um alto potencial de transformação do cenário em
constante mudança climática. Atualmente a construção civil representa 37% das
emissões de CO², segundo o Relatório de Status Global para Edifícios e
Construção da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado em 2021. No
entanto, o Brasil está trazendo alternativas para essa realidade e ocupa a
quarta posição no mundo em construções sustentáveis no estudo divulgado pelo Green
Bulding Council no ranking do selo de Liderança em Energia e Design Ambiental.
O processo vai além das análises dos desafios globais e
coloca a questão da sustentabilidade no centro de ações específicas que atendem
os desafios ambientais e econômicos. Os estudos que embasaram os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas revelam que até 2050 a
demanda por recursos naturais vai trazer consequências como aumento da poluição
do ar e a escassez de água para uma população que chega próximo aos 10 bilhões
de pessoas no planeta.
Neste panorama o estudo Cidades e Sociedade Sustentáveis de Natasha Gapski, Luis Marinoski, Ana Melo e Saulo Guths publicado em setembro de 2023 indica que refletância solar é uma estratégia para reduzir o calor nas áreas urbanas e a aplicação de materiais frios reduz o impacto do aquecimento urbano que está relacionado com o aumento da poluição atmosférica. “Os telhados frios diminuem efetivamente a temperatura do ar, com uma mediana de 0,5-1,0 °C (Santamouris et al., 2017; Tsoka et al., 2018). Herath et al. (Herath et al., 2021) mostraram que o aumento do albedo do telhado de 0,2 para 0,85 em Melbourne, Austrália, reduziu o pico da temperatura do ar em 1,3 °C, diminuindo metade dos dias “muito quentes”, revelam os autores da pesquisa.
A tecnologia também é um importante recurso para reduzir
aos impactos da construção civil neste caminho da ‘sustentabilidade’. A
evolução da inteligência artificial está
transformando o setor assim como a “metodologia
BIM possibilita aos consultores de diversas disciplinas participarem do
processo em uma etapa mais inicial de concepção da edificação, realizando
estimativas de eficiência das alternativas de solução e orientando as escolhas
de tipologia e soluções tendo em vista a Análise do Ciclo de Vida e a
performance simulada, otimizando de sobremaneira as alternativas de projeto sob
os mais diversos aspectos” (ELEFTHERIADIS; MUMOVIC; GREENING, 2017),
contribuindo com o processo do projeto à obra.
Na pauta do consumo consciente de matéria prima, o
reaproveitamento de resíduos e a minimização de desperdícios durante a obra reduz
os impactos de uma nova construção que traz efeitos para o planeta por 80 anos,
segundo as análises do National Trust for Historic Preservation. A aplicação do
conceito de ecodesign que reforça a importância de estratégias de cuidado desde
a extração de matérias-primas, produção, distribuição, consumo e reutilização
traz para a construção civil o olhar de Joseph Fiksel, empresário estadunidense
e especialista em práticas empresariais sustentáveis: “ [...] a consideração
sistemática do desempenho do projeto, com respeito aos objetivos ambientais, de
saúde e segurança, ao longo do todo o ciclo de vida de um produto ou processo,
tornando-os eco eficiente”. Uma proposta para intensificar o uso de soluções e
materiais que traduzem uma preocupação concreta com a sustentabilidade no
canteiro de obras.
No cenário da conservação dos recursos com a intervenção necessária e essencial da construção civil no desenvolvimento das cidades, mostra que um caminho sustentável é possível com os novos padrões de consumo e tecnologia. “Nossa visão, em vez disso, chama para iniciativas inteligentes de energia, água, ar, saúde e ecossistemas que equilibrem as necessidades de crescimento econômico e conservação de recursos”, explica Brian McPeek, Ex-Presidente da The Nature Conservancy no trabalho de pesquisa. Um caminho com muitas possibilidades e que traz vários pontos de vistas e materiais importantes para um futuro sustentável.
Fonte: Sienge, Schneider Electric, Estudo: “SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL: REALIDADE OU UTOPIA?
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